Com um quê...


Descoberta

Tanto para dizer, e o tempo escassa... Foge pelos dedos, já frios de nada fazerem! De não te agarrarem, de não te segurarem.
Foges para longe e escondeste-te, esperas que te siga, mas devo? Devo esforçar-me para te atingir e descobrir-te? Todo eu estremeço por um sim, mas estarei certo?
Olho para ti e não me convences. Falta-te expressão, não te mostras. Vives no escuro e aí permaneces... Apenas sei que aí estás porque o vento trás o teu cheiro, o cheiro de primavera que irradia sol. Mas como pode ser, se estás na penumbra? És o verdadeiro milagre, a supernova, a estrela que explode e nos transmite energia.
Explosão de sentidos, de cor e luz. Mas continuas no escuro, daí não sais...
Mas agora o vento muda, e nele me revejo, mudando a cada sopro. Consigo ver através do escuro de que te cobres, ou estarás tu pronta para sair? O arrepio que sinto dá-me a resposta e vejo-te, finalmente...
Trazes contigo o sol em teus braços. E ele chora o choro de quem vê e sente o mundo pela primeira vez. Mas depressa se acostuma. Depressa seus olhos se habituam á tua luz!
O mundo pára ao som da tua voz, e a tua voz que pára o mundo diz algo imperceptível. Eu quero ouvir-te e perceber-te mas não consigo... Sinto-me impotente, e humano aos teus olhos. E eles brilham e me reflectem... Encontro-me mesmo em tua frente e não consigo falar. A minha própria boca não me responde. Está gelada com a tua respiração. Petrificada com a tua natureza. Conseguiste para além de parar o mundo, me parar a mim. E aqui estou, á tua mercê... Á espera que algo aconteça. Á espera que a tua voz quente derreta o gelo em mim.
O teu Sol brilha mas não aquece. O frio me rodeia. Despedes-te com um beijo e ali me deixas, sozinho... Voltas para a escuridão e não mais te vejo. Mas recordo cada segundo que te vi. Desta primeira, última vez.

Com um quê...

Com um quê de alegria, com um quê de paixão, com um quê de poesia, com um quê de imaginação, construo o meu mundo. E o transformo. Para sempre.
A promessa e a saudade que fica, característica de quem vai e vem, um beijo adormecido, relembrado pela própria lembrança...
Não estás mas sinto-te! Aqui, presente em todo o lado. Dás-me os bons dias, despedes-te quando vais para o emprego...
Com um quê de lamúria, com um quê de revolta, com um quê de prosa, com um quê de preguiça, eu o destruo-o. O meu mundo. Á minha maneira...




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