Com um quê...


Será Deus quem nos criou?

Será Deus quem nos criou?
À imagem Dele?
Em nome Dele,
Fazemos de tudo um pouco,
Menos libertarmo-nos Dele.
Em memoria dele,
Que se convertem filhos,
Sem saberem o que são,
Quem são,
O que vão ser,
Seguindo a mesma linha.
O mesmo traço onde nada se denota.
Onde não é possivel ser diferente,
Apenas, e só, uma imagem à imagem.
Disse quem?
Ele não foi.
Nunca me disse nada,
Nem em segredo.
Só eu posso sussurrar.
Ainda que só um pouco, quase nada.
E só isso quase chega para ser diferente.

Ouvi dizer que no Inferno,
Onde irei parar,
Se usam tracejados.
Nunca ninguem anda em linha recta.
Nunca ouvi ninguem a querer sair de lá...

Ouvi dizer que no Céu,
São todos movidos a espanto.
Tudo a luzes brilhantes.
Vem de lá a coragem...
Meio sonho, meio sonho acordado.

Que a minha memória me teste

Que a minha memória me teste
Se isto que ouço não é música
E isto que escrevo não sou eu.
Eu que aqui me sento e me sinto
Como se ontem fosse diferente.
E fui...
Hoje sou outro que outra música ouve.
Hoje escrevo diferente, mas nem sempre
diferente do que escrevo sou.

E se a vida começa e logo acaba.
Sou esse meio de existência.
E assim pelo menos sei onde estou.
Sei o que sou e onde pertenço.
Por isso a chuva me parece bonita.

Fosse eu outro e não escrevia isto,
Fosse eu outro alguém e não ouvia
nem esta música, nem nada.

Ouvi e escrevi, como se fosse ontem.
Menti...

Enquanto

Enquanto penso
Nem sei o que escrevo.
Entre o fumo da velha cidade
Só vejo o que não quero ver
Enfim... Não desejo sequer sonhar!

Ter medo de até atravessar a rua
Ter que olhar para dois lados e mais um
Num triângulo de medo
Como se não soubesse que a minha vida ia acabar de qualquer maneira
Como se não vivesse para morrer.

Aperto o casaco que está frio
Todos os dias está cada vez mais frio.
Contei-os... Chamei-lhes centenas.
Só para não me lembrar do seu nome certo.
Sei que era qualquer coisa entre uma coisa qualquer.

Como se eu soubesse que hoje ia chover...
Como se eu soubesse que a graça divina de quem precisa
Se ia transformar em tão inferno para mim.
Sinto o meu peso em água
Que não larga o casaco.

Já tinha idade para ser alguém
Fez ontem 6 dias que fez um ano que deveria ser alguém
Entre centenas de dias, algures no meio
Já deveria ser alguém
Já toda a gente deveria saber o meu nome

Posso ver-me numa poça de água
Tenho feições dos paralelos da estrada.
E talvez o mereça. Para saber falar a sério
Ficar como pedra. Sucumbir ao frio.
Esquecer a chuva e o casaco...

E eu

Ode à arte ou soneto à paixão?
Um texto em forma igual a palavra
Palavra cara, que me custa liberdade de tão cara que é
Que me faz pensar em tempos e em momentos
E transporta gente e transporta emoção e transporta-me a mim
Letras que me contam histórias e velhas glórias
Capazes de fazer suar o mais audaz
E o rosto muda e a testa fica franzida
Mostrando sabedoria e idade e reflexão
E eu, que tenho para mostrar?
Temo que nada...

Quadra à poesia ou quintilha a ti?
Uma imagem que vale mais que mil palavras
E talvez mais uma, essa que ninguém se lembra
Que toda a gente tem medo sequer de pensar
E cai em esquecimento e cai em desgraça e cai em mim
A imagem que capta aquele olhar e aquele sorriso
Que a mim me faz flutuar
E eu mudo e eu gosto
Gosto de te olhar e de te pensar e de te sentir
Mas e eu, que tenho para mostrar?
Temo que nada...

And I scream

All the deafs can't hear my soul!

Quanto tempo?

O desejo de matar o irmão
Meia família, porque não?
Basta um simples toque num botão
Para perder a razão.

E se nada mais existe, nem loucura nem solidão,
Porquê continuar sozinho e triste no meio da confusão?
Dizes que o teu coração está com Deus e esse com o teu irmão.
Já não há mais nada que te ofereça a não ser a redenção.

Please take me to the place that I call home

Please take me to the place that I call home
Tell me that then I can be alone
Please take me by the hand
Tell me we'll meet tomorrow by the sand

You know I can't sleep
Because that memory of yours I want to keep
So I turn on the light
And the light fills my room in this night

And as for the bright day
You know they're full of keynotes by the end of May
We'll be seeing the solitude of a keystroke
A pursuit in an ink made stroke

Loving words in a tire swing
I swear that I don't know what you mean
There was no doubt in my mind
That there you were. You're too kind

I shout even louder
Climb that huge ladder
Up until your room, where I found a secret in my pocket
And I tell you with the speed of a rocket

I look at the moon
And it's light fills in my room
Like an old fashioned smile
Like it only took a little while




© 2005-2007 Com um quê... | Blog Template by GeckoandFly.
No part of the content or the blog may be reproduced without prior written permission.