Com um quê...


Boa noite

O dia começa! Mas cedo se acaba. Deixa-nos sem margem para mais nada. A vida é mesmo assim, pois é ela quem estabelece as regras. Cabe-nos a nós conseguir extrair o mais possível dela de maneira a não perdermos tempo.
Desde o momento em que acordas e olhas para o Sol, que nasceu mais um dia, renascido como é, ainda tem poucas forças. Durante o dia vai envelhecendo e morre na noite. Mas não é esquecido, e por isso, renasce no dia seguinte. Assim o espero, aqui fora, ao vento e ao frio...
O teu corpo chama-te, ordena-te! E tu obedeces,.. Tens que o fazer. É mais forte do que tu.
Escondeste nas tuas roupas, para que mais ninguém veja. Só tu! O maior segredo de todos, o teu corpo.
Sais à rua e és celebrada por todos. Pois todos que te olham desejam dizer bom dia, mas não podem. Continuas a tua rotina. O mesmo de todos os dias... A cegueira do costume, que não te permite ver quem te rodeia. Sim, estão pessoas ao teu lado. Iguais a ti!
O Sol, inevitavelmente morre, despedes-te dele com um sorriso, pois tomas por certo voltar a vê-lo no dia seguinte. Mas e se não volta? E se a escuridão reinar no dia seguinte? Que fazes?
Mas é ver-te a chegar a casa, abrindo a porta e entrando que acabo o meu dia.
Revelas-te ao espelho e admiras-te. Não é egocentrismo, é naturalidade. Ficas espantada contigo, para bem e para o mal.
Para ti o dia acaba. Já chega de emoções por hoje. Cobres o teu corpo e ele desaparece. Só fica a tua face, que descoberta me convida a beijar-te. Se soubesse que era possível até o fazia, mas não o sei.
Apenas fica o desejo, o desejo do último beijo do dia. Boa noite...




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